A imagem central desta matéria, entre tantas outras registradas ao longo dos anos, carrega um simbolismo contundente: ela retrata um dos inúmeros acidentes provocados pelas antigas pontes de madeira que ainda resistiam no município de Castanheira, especialmente na Linha Vale Ouro, ao longo da MT-420. Essa cena, antes comum, hoje representa uma realidade em transformação. As estruturas precárias estão sendo substituídas de maneira contínua e planejada, dentro de um dos maiores ciclos de renovação de infraestrutura rural da história local.
Resultado de uma parceria articulada entre a Prefeitura Municipal de Castanheira, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (SINFRA-MT) e o Consórcio Intermunicipal, a região já contabiliza seis novas pontes construídas, cinco revitalizadas e outras quatro em fase final de preparação para execução nas próximas semanas.
O prefeito Jakson de Oliveira Rios, o Juninho, e o secretário de Obras e Urbanismo, Anderson Fernandes Mota, o Mineirinho, celebram o avanço. Eles destacam que o município, ao longo dos últimos 11 anos, tem mantido um ritmo constante de obras estruturantes, alcançando a marca de 40 a 50 edificações de pontes e bueiros de concreto por ano, com impacto direto na segurança e mobilidade rural.
No caso da Linha Vale Ouro, as novas pontes seguem um padrão construtivo moderno, ainda em madeira, mas erguidas com metodologia atualizada. O sistema adotado é o bate-estaca, processo no qual a fundação da ponte é garantida por estacas cravadas profundamente no solo por meio de um equipamento que aplica golpes sucessivos até atingir camadas resistentes. Essa tecnologia melhora a estabilidade, amplia a durabilidade e reduz riscos estruturais, distanciando-se das antigas pontes improvisadas que marcaram o passado da região.
Uma história de transformação
A mudança no cenário rural de Castanheira começou a ganhar visibilidade pública há mais de uma década. Em agosto de 2017, a revista Innovare News, edição nº 12, publicou a reportagem “Pontes que não caem”, com a frase marcante: “Castanheira começa a ter sua paisagem rural mudada.” À época, o município iniciava a transição das estruturas frágeis de madeira para as primeiras pontes de concreto — um avanço considerado lento em administrações anteriores.
A gestão estava sob a liderança da prefeita Mabel de Fátima Milanezi Almici, que tinha ao lado o então chefe de gabinete, Jakson de Oliveira Rios Júnior — hoje prefeito — reconhecido por articular projetos que abririam caminho para transformações profundas na infraestrutura local.
O marco inicial desse processo remonta a 2013, quando o Ministério da Integração Nacional destinou R$ 5,2 milhões para solucionar a precariedade de três pontes estratégicas: duas sobre o Rio Vermelho, no Vale do Seringal, e uma sobre o Rio 7 de Setembro, no rumo de Fontanillas. Em 2014, a primeira delas começou a ser erguida, substituindo uma estrutura sustentada por cabos de aço, que por anos gerou medo e insegurança entre os moradores.
Na sequência, foram construídas outras duas: uma nas proximidades do Totinha — no local de uma ponte arrastada por uma enchente — e outra no Rio 7 de Setembro, que frequentemente isolava comunidades inteiras durante o período chuvoso, comprometendo o acesso à Linha Capixaba, São Sebastião, São Roque e Fontanillas.
Desde então, o município vive uma década de obras contínuas. Diversas pontes foram erguidas graças a decretos de emergência, contrapartidas estaduais e investimentos próprios. Somente entre 2022 e 2023, a média anual alcançou 50 novas estruturas e se manteve até o momento. Essa trajetória é conduzida hoje pela equipe de obras coordenada pelo vice-prefeito Jandir Scheffler, que atua voluntariamente em diferentes frentes, junto à Secretaria comandada por Mineirinho e sob o incentivo direto do idealizador do projeto, o prefeito Juninho.