Depois do falecimento do pioneiro Antônio Stangherlin, no dia 05 de janeiro deste ano, muitos imaginaram que sua esposa, Zilda Stangherlin, iria para Cuiabá, onde moram os filhos Marco e André e outros familiares, deixando Castanheira depois de 41 anos.
Zilda lembra que um dia após o sepultamento do esposo, com o qual conviveu por 53 anos, tirante o tempo de namoro, em conversa com eles, foi confrontada com a seguinte pergunta: “Mãe, e agora, vai morar em Cuiabá?”. Depois de um breve silêncio, veio a resposta: “Não! Gostaria demais de ficar ao lado de vocês; vocês saíram de casa um com 14 e outro com 16 anos, para estudar, e nunca mais eu morei com vocês, mas meu lugar é aqui”.
Na conversa em família, marcada pela emoção da recente perda, Zilda lembrou aos dois filhos que em Castanheira tem seus amigos, vai a igreja, toca sua vida em paz, e observou: “é o lugar que eu vou ficar”. Em resposta ouviu: “Mãe, o que nós queremos é que a senhora se sinta bem e a sua felicidade”.
O “sentir bem de Dona Zilda” se consolidou não apenas no trabalho em duas gestões como prefeita - 1988 e 1996 - mas nas várias lutas travadas, anteriormente à emancipação, em 1988, como na Associação, que dirigiu nos tempos de distrito, e que representava interesses relevantes. “Tudo tinha que se resolver em Juína e pouca coisa se resolvia lá, então tínhamos este espaço de luta”, destaca.
Em contato com o prefeito Jakson de Oliveira Rios Júnior, o Juninho, neste tempo em que já estava decidida a permanecer em Castanheira, depois de observar que ficaria alguns dias em Sorriso, na companhia da mãe - hoje com 97 anos de idade - foi surpreendida com uma observação: “Passeie bastante e descanse e quando chegar… bora trabalhar!”
A resposta do prefeito Juninho, conta Zilda, lhe deu ânimo e como há 17 anos tem ligações com a assistência social e considerando o bom nível de relacionamento com a Secretária Amaziles “Tuita” Eleto, resolveu fazer parte da equipe que cuida desta área, especialmente o setor da “melhor idade”. Feliz, por continuar colaborando com o município, ela se declara a Castanheira: “Estou no meu chão, aqui me sinto bem e é aqui que desejo ficar!”.