Lidia Pinto, 43, é agente administrativa, responsável pelo setor de Previdência da Prefeitura Municipal de Castanheira. Teve quase toda sua história construída no município, desde os tempos em que era distrito de Juína e não era incomum ouvir-se os esturros das onças. “Amo Castanheira”, diz, ao contar um pouco de sua trajetória.
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Nascida na cidade paranaense de Rolândia, caçula de uma família de dez irmãos, essa filha de Raimundo Pinto e Ilda Rodrigues da Silva, chegou ainda criança em Castanheira. Vieram no início de um tempo em que muitas famílias do sul do país se deslocaram para a região noroeste de Mato Grosso, atraídas pelo desejo de trabalhar com a terra, num desafio que envolvia, como primeira etapa, o desmatamento. Daí estar na base da formação de muitos municípios o trabalho das madeireiras, como a Rizieri, em Castanheira. O trajeto para chegar a região era feito por Rondônia.
“Viemos em três famílias, do Paraná. Entre os pertences, além dos móveis de cada uma, trazidos em três caminhões, meu pai trouxe uma Pick-Up, um Jeep e uma Trilhadeira; deste grupo só nós permanecemos, porque ficar na terra envolvia muito sofrimento e entrega”, destaca. Seu pai chegou a região para trabalhar numa plantação de café, nas imediações da Rezieri, em área de propriedade do “Seo” Dego. Corria o ano de 1981. Três anos depois veio a falecer. O irmão mais velho – Adilson Rodrigues Pinto – assumiu a tutela dos irmãos. “Éramos nove irmãos aqui, apenas uma irmã ficou no Paraná”.
Com o olhar distante, na busca de referências, lembra que os tempos difíceis, compartilhados por todos os pioneiros, eram amenizados pelos fortes vínculos entre si e pelo privilégio de ainda desfrutarem do contato com uma natureza ainda intacta. Cita as grandes árvores que existiam em Castanheira e os cenários onde, como crianças, brincavam. Sua vida escolar teve início na extensão da Escola Vinicius de Moraes, de Juína, que mais tarde deu origem a Escola Maria Quitéria. Ali obteve a base para uma formação que a levou a ingressar no setor de recursos humanos da Prefeitura, via concurso, em 1994, na primeira gestão do Dr. Jorge Arcos. Trabalhou com todos os gestores do município, tendo uma carreira sempre marcada por bons relacionamentos.
Como todo brasileiro, Lidia gosta de futebol. Nutre paixão pelo Santos, chegando a parar para acompanhar os jogos e acompanhar a trajetória da equipe nas mídias sociais. De gostos simples, aprecia carne de porco, música instrumental e pratica a religião espírita. Vê como necessidade para o município a implantação de indústrias, que oportunizem a geração de empregos. Mulher de família, é mãe de um casal de filhos, Daniele e Tiago, hoje em fase de estudos na cidade de Tangará da Serra.